A minha terra
Poema selecionado para a Antologia de Poesia Portuguesa Contemporânea Vol. X da Chiado editora
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A minha terra não muda.
São os mesmos brilhos
Que pontuam o céu
De um escuro igual;
É a mesma luz âmbar de lua plácida
Torneando as nuvens que sobrenadam
O mesmo céu que cheira às mesmas flores.
Os meus passos soam entrecortados
Pelos uivos dos mesmos cães,
E o sussurro lento das folhas
Restolha uma canção semelhante.
O tempo folga na minha terra.
Escorre lento por entre os becos e ruelas,
Farta-se de frutos de época
E sabores dos campos:
Demora-se na procissão de gentes
Mesmas do hábito.
O tempo vive em mim
Quando visito os cemitérios de consciência
Escritos nos rostos de quem me viu;
Mora nos despojos dos que fui,
Dorme enterrado nos escritos doutros eus,
Brinca nas minhas gavetas com os mantos
De um pó feito de cinzas de quereres.
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A minha terra não muda.
São os mesmos brilhos
Que pontuam o céu
De um escuro igual;
É a mesma luz âmbar de lua plácida
Torneando as nuvens que sobrenadam
O mesmo céu que cheira às mesmas flores.
Os meus passos soam entrecortados
Pelos uivos dos mesmos cães,
E o sussurro lento das folhas
Restolha uma canção semelhante.
O tempo folga na minha terra.
Escorre lento por entre os becos e ruelas,
Farta-se de frutos de época
E sabores dos campos:
Demora-se na procissão de gentes
Mesmas do hábito.
O tempo vive em mim
Quando visito os cemitérios de consciência
Escritos nos rostos de quem me viu;
Mora nos despojos dos que fui,
Dorme enterrado nos escritos doutros eus,
Brinca nas minhas gavetas com os mantos
De um pó feito de cinzas de quereres.
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