Demo Kratos

Vence o ódio e a incompreensão,
Talvez num relincho irado de povo desacreditado,
Hoje cavalo de guerra pelo mal montado
A trote sobre as cinzas de sonho vão.

O pó que se levanta é perigoso e fecundo,
E tossica já a Europeia plateia
Sob o bafejo da brisa transatlântica.
As peneiras com que tapam o rosto submisso
Não passam (nem disfarçadas!) disso.

Venceu-se um povo maltratado
Como quem espicaça o touro já moribundo,
E a carnificina da corrida inteira
Jaz na praça espalhada
Sob um silêncio comum de mão na boca,
Tal criança que se realiza da asneira
Que não foi pouca.

E enquanto se vangloria o cavaleiro
Sob o som parco das palmas,
Lava o cavalo as patas do sangue
(Orgulhoso do pisoteio que cometeu)
Esquecendo já a rédea que o venceu.

Esperança é sinónimo de reflexão
Nos que abandonam a praça,
E talvez um dia a educação
Que a integridade incute
Seja da forja o coração
Da espada que por nós lute.

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