Cartas a mim mesmo
Cartas a mim mesmo,
Escrevo-as com frequência.
Não passam nunca de inconfidências
Idas por recantos de egoísmo
Ou de becos de inconformidade.
Talvez desabafos
Que não se contam a amigos,
Ou loucuras envergonhadas
Abafadas pela normalidade
Do mundano.
Cartas a mim mesmo
Resolvem apenas uma fome
Que não existe.
Apagam lumes
Que nunca arderam.
Saram feridas
Auto-infligidas
Pelo prazer de estar só.
Corte e costura da alma.
Retalhos de tempo.
Remendos remendados!
O espantalho que sou
Assusta nem os corvos
Do meu medo,
Nos campos devastados
Por inundações de dúvidas,
Cheias de escolhas
E graniso gélido
Do Inverno que é a incerteza.
Cartas a mim mesmo
São isto mesmo;
Acendalhas de um lume
Que me aquece
Até chegar o correio.
Escrevo-as com frequência.
Não passam nunca de inconfidências
Idas por recantos de egoísmo
Ou de becos de inconformidade.
Talvez desabafos
Que não se contam a amigos,
Ou loucuras envergonhadas
Abafadas pela normalidade
Do mundano.
Cartas a mim mesmo
Resolvem apenas uma fome
Que não existe.
Apagam lumes
Que nunca arderam.
Saram feridas
Auto-infligidas
Pelo prazer de estar só.
Corte e costura da alma.
Retalhos de tempo.
Remendos remendados!
O espantalho que sou
Assusta nem os corvos
Do meu medo,
Nos campos devastados
Por inundações de dúvidas,
Cheias de escolhas
E graniso gélido
Do Inverno que é a incerteza.
Cartas a mim mesmo
São isto mesmo;
Acendalhas de um lume
Que me aquece
Até chegar o correio.
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