Geração perdida
Sou de uma classe letrada,
De um futuro sem razão,
Sou de uma arte sem
inspiração;
Sou de um mundo
austero sem guarida
De uma brisa de
oceano perdida,
Um espirro de
assombro vendido,
Um cadeado sem
chave, caído.
Sou de uma geração
ignóbil e fraca,
De sonho alto e
possante,
Sou esperteza
ignorante;
Sou de terra por
arar,
Um pássaro de asas
cortadas
Que um dia sonhou
voar.
Sou afinal de tudo
sem nada meu,
Sou de um canto de
Prometeu,
Uma jaula de
espinhos partida
D'altos ramos nos
píncaros guarnecida,
De uma malta sem
calos de trabalho
Desperta ao chorar
vespertino do orvalho.
Sou eu e tu e eles,
Somos milhões de
caneta em punho.
Somos o que nunca
quisemos ser
Por lembrar um dia
vir a querer
Ser tudo o que
quisemos ser.
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