Peito
É frio e apertado
Como uma cama de vento
Outonal.
É Outubro que me nasce no peito
E me descai o sobrolho
Numa tentativa falhada
De sacudir o Inverno.
A luz, caiada de um dourado-cinza,
Emoldura o castanho esverdeado
Do horizonte recortado aos tombos;
A criança que o fez
Talvez me fugisse do peito.
É frio e apertado
E o ar do meu quarto
Faz condensar uma água suja
Dos meus pensamentos
Contra o meu colo vazio.
Palpo o sangue que por lá passa
Distintamente,
E o veneno que carrega
Paraliza-me as mãos.
O meu peito suporta um mal
Que me seca a garganta e o cógito;
Que me treme a voz e a vontade;
Que me assombra o olhar e o futuro.
É esse vácuo o subterfúgio
De sentimentos maltrapilhos,
Vala comum de agruras pesadas,
Túmulo de cáusticas paradas.
E ainda assim é dele
A compaixão e compreensão,
Paciências inesgotáveis
Quais sementes de Primavera
Em flores persistentes inabaláveis.
Talvez o meu coração sofra do mal
Das estações e da Terra,
E do seu eixo inclinado por defeito
Nasçam as crianças do meu peito.
Afinal o medo e a dificuldade
São até para a flor mais bela
A mais pura verdade.
Como uma cama de vento
Outonal.
É Outubro que me nasce no peito
E me descai o sobrolho
Numa tentativa falhada
De sacudir o Inverno.
A luz, caiada de um dourado-cinza,
Emoldura o castanho esverdeado
Do horizonte recortado aos tombos;
A criança que o fez
Talvez me fugisse do peito.
É frio e apertado
E o ar do meu quarto
Faz condensar uma água suja
Dos meus pensamentos
Contra o meu colo vazio.
Palpo o sangue que por lá passa
Distintamente,
E o veneno que carrega
Paraliza-me as mãos.
O meu peito suporta um mal
Que me seca a garganta e o cógito;
Que me treme a voz e a vontade;
Que me assombra o olhar e o futuro.
É esse vácuo o subterfúgio
De sentimentos maltrapilhos,
Vala comum de agruras pesadas,
Túmulo de cáusticas paradas.
E ainda assim é dele
A compaixão e compreensão,
Paciências inesgotáveis
Quais sementes de Primavera
Em flores persistentes inabaláveis.
Talvez o meu coração sofra do mal
Das estações e da Terra,
E do seu eixo inclinado por defeito
Nasçam as crianças do meu peito.
Afinal o medo e a dificuldade
São até para a flor mais bela
A mais pura verdade.
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